segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

sábado, 26 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


sobrou o silêncio
sincero dos amores
mudos

gritam
as ruas, 
transeuntes,
os relógios

grito eu,
em micromegafones 
pelo amor
seu

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

pensava que paixão platônica era restrita à adolescência. inocência minha acreditar que amores unilaterais e psicóticos se restringissem à uma certa faixa etária. isso é coisa pra vida inteira.
- essa frase é digna de uma tatuagem que eu não faria

domingo, 20 de janeiro de 2013

os comerciais de banco, o almoço de família, a chuva, o espirro, as baleias e outros animais marinhos, o barulho do aspirador de pó, a cama desarrumada, os livros na prateleira, os lenços de tecido, as janelas azuis, o silêncio, o filme na tevê, as contas pra pagar, os jornais de anteontem, a cebola, as cartas, os selos dos cartões postais, as mentiras, o vazio, a mesa de madeira suja de gelatina, a gaveta que caiu no meu dedinho, as plantas que só bebem água filtrada, a grama que nunca foi pisada, alguém que nunca pisou na grama, os tijolos de demolição, todos os sapatos que sentem falta dos pés, agora descalços. aproveitei que era domingo e chorei por todos esses e tantos outros motivos.

sábado, 19 de janeiro de 2013

livros que não tem fim. cíclicos. a última página acaba na primeira. ao terminar de ler volta-se (desesperadamente) para o início. não admitem separação, ausência, distância. não pertencem à prateleira. imprimem no corpo todos as vírgulas, palavras, parágrafos, páginas. aprende-se a respirar como respira o texto. à devorar sua pontuação. virar personagem, autor, leitor. sentir tudo o que há para se sentir. dispensa aspas para ser mais seu. narra. vestir a palavra. vestir o silêncio. ser verso. ser letra. livro-me, ao ser livro.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ouvi tocar saudade
no lado b do vinil

virei revirei desvirei desbravei, bolsas e bolsos.
latas. pastas. cartas. caixas.
livros. gavetas. armários. até sapatos.
não ficou nada. nem seus erros.

diálogos imaginários de um triângulo amoroso
álcool memória eu

fim de tarde
a luz atravessa
a persiana
quadricula
segmenta
despedaça

essa coisa de ser inteira em pedaços

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

e apesar de todos os pesares, ainda acredito em acaso, signos, homeopatia e no amor.
juro.

domingo, 13 de janeiro de 2013


janelas para sapatos molhados
- silêncio também é som

das coisas que não tem lugar

ocupei uma gaveta com as coisas que não tem lugar. tento, procuro, insisto, mas elas não se encaixam em lugares específicos, prateleiras ou caixas divisórias. a gaveta está sempre abarrotada. flores de crochê à plástico, grampos de cabelo, cartões postais, um mini bumba-meu-boi, amores antigos, chaveiros, coleções passadas, conchas, pedaços de plástico e de infância, lembranças, cartões de crédito de desconhecidos achados na rua, e envelopes sem carta, com remetente e saudade dentro.