sexta-feira, 27 de setembro de 2013

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sempre chega correspondência em casa pra um tal de túlio. já faz mais de três anos que as contas e lembretes procuram por ele aqui, em vão. as cartas são avessas à mudanças. conheço túlio pelo seu nome inteiro, convênios de companhia aérea, contas de banco, por todas as cartas que recebi e nunca abri. imagino como ele é, aonde mora, o que ele faz, se não faz falta as coisas que não chegam há anos, se ele anda esquecido ou mudou de país. penso nas minhas cartas, telegramas e cartões-postais perdidos, que chegam invertidos em qualquer outro canto que não esse. será que a pessoa de lá pensa em mim quando recebe a carta que eu nunca recebi; ou quem sabe, nessa ou em  uma outra dimensão, não é o túlio que anda guardando as minhas correspondências há mais de três anos.

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