sábado, 17 de agosto de 2013

sentidos

onze horas de sono, vários sonhos. entre dinossauros, memórias de infância e militância travesti, sonhei que as pessoas tinham três rostos, ao invés de só um. compartilhavam o mesmo corpo, o mesmo pescoço, uma só cabeça. três rostos, seis olhos, três bocas, três narizes e só um par de ouvidos, o que tornava as conversas um tanto complicadas e embaralhadas (as bocas, às vezes, se confundiam e respondiam perguntas dirigidas à outras, todas ouviam tudo, mas falavam separadamente).

os cortes de cabelo também eram diferentes, quase todos tinham as laterais raspadas, para não esconderem os rostos adicionais. era normal os relacionamentos serem de quatro pessoas, ao invés de duas, uma matemática difícil para entreter todos os rostos e só duas mãos por corpo. os mais aventureiros propunham geometrias e grupos de pesquisa em relacionamentos, tentando gerenciar a pluralidade da visão, olfato, paladar, para uma limitação de corpos e sentimentos, únicos, vários, e sentidos básicos, feito audição e o tato.

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